Conheci uma daquelas pessoas que fazem tudo valer a pena. Estava eu num hospital e, após um exame, corri pra lanchar, antes de ter uma turica de fome, pois o procedimento era daqueles que a gente tem que fazer de bucho seco.
Escolhi uma barraca de tapioca. Mal cheguei e comecei a conversar com uma mulher, que nunca tinha visto antes, como se fôssemos as melhores amigas. Minha cara isso! Começamos pelo papo preferido de ambiente hospitalar.
– Tenho hérnia de disco.
– Oxe, eu também tenho. A sua é lombar ou cervical?
Aproveitei pra dar a receita de um alongamento ‘milagroso’ pra dor na coluna, que um fisioterapeuta me ensinou. Daqui a pouco, todas as clientes e até a dona da barraca tavam anotando. Oh nação de dor no espinhaço!
Em meio ao ensinamento da postura, ela falou da infância difícil, com o pai alcoólatra e violento, que botou os filhos pra fora de casa pra não ter despesa. Contou também que era muito infeliz no casamento.
– Tenho 28 anos de casada, mas, nunca gostei do meu marido. Casei com ele porque minha mãe obrigou.
Prestei atenção em cada detalhe das queixas dela por perceber a necessidade do desabafo. Mas, reparei mais ainda no semblante daquela criatura com uma história de vida tão cruel. Ela era bem humorada, serena e leve. Será que é possível as dores do corpo não atingirem a alma?
Belo texto! Vc é show.
Obg por sua admiração!
É certo que as dores da alma imprimem suas marcas pelo corpo mas quem escolhe ser feliz vai conseguir, apesar de tudo.
Bjo no seu coração Romye.
Arrasou! “…quem escolhe ser feliz vai conseguir, apesar de tudo”.
Talvez por isso a alma pareça mais preservada… O corpo fala. Fala das dores nunca ditas – as malditas – e das dores benditas até em rodas de tapiocas.
Eitcha! Arrasou!
Me conta como é esse alongamento maravilhoso aí! Hahahaha bjos
Kkkkkkkkkkkk
Anote aí:
Enrole uma toalha ou lençol, se deite e bote debaixo do espinhaço, na altura do umbigo. Com as pernas esticadas, afaste os pés e encoste uma dedão no outro e com os braços esticados, acima da cabeça, gire a palma das mãos pra baixo e encoste os dedos mindinhos. Fique nesta posição por cinco minutos. Quando tirar a toalha ou lençol, faça uma “ponte” com o abdômen e conte até 20 ou 30. Desça bem devagarinho, sentindo vértebra por vértebra. Vire-se de lado para levantar. Repita duas vezes por dia.
Para esta reflexão costumo dizer que “quando a mente se cala, o corpo fala”.
Amei este comentário!
Muito bom mesmo esse texto. Uma ótima reflexão pra quem lê, a inspiradora mesmo doente e infeliz no casamento não se incomodou de passar um belo relato.
Muito obrigada! É sempre bom refletir!
É incrível como ainda hoje ouvimos relatos de “cadeias” sociais!
Mas também me impressiona a facilidade e a pureza do povo paraibano em rapidamente criar relacionamentos amigáveis e entranháveis.
Parabéns pela simplicidade, Romyezinha. Você é contagiante!
Simples e belo relato.
Muito obg, Marta! Adoro a forma como me chama! Você também é contagiante!
Parabéns minha Linda…….. Gostei muito da conversa pé de barraca hospitalar. Show de bola………. Só você pra me presentear este belo enredo.
“conversa pé de barraca hospitalar”. Adorei este termo! Mt obg, Jorge. Tou com saudade de suas recepções quando eu chegava na Sanhauá!
Belo texto, só não sei se conseguiria passar tanto tempo casada sem amar.kkk
Obg, Maria! São as conveniências, né? Quando menos se espera…